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Compartilhamento de dados no Open Finance precisa de casos de uso para decolar

Compartilhamento de dados no Open Finance precisa de casos de uso para decolar
Compartilhamento de dados no Open Finance precisa de casos de uso para decolar

A implantação do sistema financeiro aberto, Open Finance, segue o roteiro do Banco Central de gradual ampliação da troca de informações entre os bancos de forma a melhor informar as pessoas sobre condições, ofertas, produtos e serviços em diferentes instituições financeiras. Mas como discutido durante o 3o Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet em Brasília nesta quinta, 22/6, até aqui cerca de 20 milhões de correntistas consentiram com o compartilhamento de seus dados.

“Temos 20 milhões de consentimentos para um mercado de 110 milhões de pessoas economicamente ativas. É uma fração pequena dentro do todo. Ainda não atingimos massa critica. Quando alcançar massa critica, precisa de uma segunda fase de maturidade dos algoritmos de crédito. O Open Finance vem para isso, mas precisa ganhar escala”, apontou Leandro Vilain, da consultoria Oliver Wyman.

Para o Banco Central, no entanto, os números já representam sinal de sucesso do novo modelo, especialmente porque o mercado financeiro ainda não conseguiu chegar aos casos de uso que vão, eles sim, despertar o interesse dos brasileiros em fornecer dados e participar do Open Finance .

“O crescimento desse compartilhamento de informações é impressionante, especialmente porque se trata de um projeto de longo prazo. E ainda não temos os casos de uso bem definidos, aplicações revolucionárias. Então olhar para o sistema e ver que temos 4 bilhões de chamadas por mês, que o PIX tem 3 bilhões de transações mensais, é um numero impressionante. E temos 20 milhões de consentimentos. O potencial é enorme”, afirmou o chefe do departamento de regulação do Banco Central, João André Calvino Marques Pereira.

Para Pereira, a partir do momento em que as pessoas começarem a usar os novos recursos que virão a partir do imenso lago de dados financeiros, o Open Finance vai demonstrar a mesma familiaridade e facilidade com a qual hoje se pede transporte ou comida.

“Quando os casos de uso começarem a aparecer as pessoas vão sentir o benefício. Porque o Open Finance não é um produto. É uma infraestrutura sobre a qual os casos de uso são construídos. Quando a pessoa começa a usar, é igual pedir carro, pedir comida. Algo que facilitou a vida mas que a pessoa nem sente, nem sabe do que tem por trás. É uma evolução gradual, que está sendo rápida. E que tem um potencial gigante. As pessoas tem que ver o benefício. Não é adesão. É o que vou ganhar com isso. E isso é o que vai ser criado. E aí a velocidade vai ser maior ainda.”

“O que está faltando? A gente tem que atacar a qualidade de dados. Para termos um caso de uso bem colocado, precisa de qualidade de dados. Precisa ter as funcionalidades. Por exemplo, iniciação de pagamento é algo ainda inicial. Precisa melhorar esse processo e colocar funcionalidades. Colocar recorrência. Imagine pagar uma mensalidade. Jornada sem redirecionamento, reduzir toda essa fricção. A gente fala de portabilidade, mas ela ainda é algo burocrático”, completou o chefe de regulação do BC.

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